"O brincar é uma necessidade básica e um
direito de todos. O brincar é uma experiência humana, rica e complexa." (ALMEIDA,
M. T. P, 2000)
O lúdico –
fenômeno que se manifesta por meio dos jogos, brinquedos e brincadeira – é
o que a aluno faz por livre espontânea vontade e aprende sem perceber que
aprendeu algo novo, sem interrupção do professor. Desta forma a ludicidade se
torna uma ferramenta favorável ao processo pedagógico. Processo esse que se faz
carente de profissionais comprometidos com a educação e que trabalhem um ensino
em busca da formação integral do aluno, formando um ser: Intelectual,
profissional e social. Esse “Ser”, é o produto final do trabalho dentro da
escola, é o aluno quando deixa de ser aluno pra se tornar o cidadão fora da
escola.
O aluno
formado para ciência e a técnica perde a felicidade e a alegria de viver, perde
a capacidade de brincar, perde a fertilidade da fantasia e da imaginação
guiadas pelo impulso lúdico, o aluno não tem o prazer em ir à escola, o aluno
não tem uma motivação diária pra se fazer aberto a o ensino imposto pela
sociedade.
É notório o foco
educacional atualmente, onde o aluno é doutrinado a estudar pra prestar um bom
concurso e ser um grande profissional. E onde entra a educação integral voltada
para o pleno desenvolvimento do educando sem perder a humanidade desse
aluno/criança?
O educador é
responsável por grande parte da personalidade dos alunos, e uma vez não
desenvolvendo seu trabalho corretamente, utilizando métodos pedagógicos
adequados a realidade dos alunos, certamente frustrará seus educandos e não
obterá o êxito educacional em busca da formação plena dos mesmos.
Muito tem sido
falado sobre a importância do lúdico na educação. Porém, a sua prática na
escola estar limitada, muitas das vezes, a um canto com jogos (em velhas caixas
de papelão ou empoeirados ou sucateados num canto da sala), ou, menos ainda,
atividades como jogos, brincadeiras, brinquedos, que na sua maioria são “dadas”
sem um acompanhamento ou proveito pedagógico, apenas como passa tempo. Perdendo
a oportunidade de transformar a ludicidade em ferramenta primária, usufruindo
do ambiente favorável que se encontra no trabalho lúdico, desenvolvendo ou
ampliando o aprendizado em cada ser, formando assim um ser integral baseado no
novo olhar da educação, formando então: não “aluno”, mas educando “cidadão”.
Entende-se que o
indivíduo criativo é um elemento importante para o funcionamento efetivo da
sociedade, pois é ele quem faz descobertas, inventa e promove mudanças.
Atualmente o
desafio de prender a atenção do aluno, que vive rodeado pela mídia e uma
variedade de recursos tecnológicos, sem perder o foco que é a formação
integral, exige do sistema educacional uma profunda reflexão sobre o processo
pedagógico aplicado nas escolas.
Essa reflexão sempre
foi muito complexa, mas atualmente essa complexidade parece maior, pois além de
trabalhar com alguns saberes, como no passado, tem que conviver com os avanços
tecnológicos e a complexidade social atual. Vive-se um contexto onde o aluno,
inserido numa sala de aula com quatro paredes, quadro, giz, carteiras dispostas
uma atrás da outra, não aceita mais aquela aula em que o professor fala e ele
escuta. “O homem da ciência e da técnica perdeu a felicidade e a alegria de
viver, perdeu a capacidade de brincar, perdeu a fertilidade da fantasia e da
imaginação guiadas pelo impulso lúdico”. Santin (1994 p. 27). O aluno é um ser
fragmentado, espectador que está sendo preparado para o mercado de trabalho
para "aprender a fazer" deixando de viver.
Segundo MORAES (1995
p.24) “O educador está chamado e autorizado para intervir em vidas”.
Concordando com essa afirmativa e nela sentindo o peso da responsabilidade do
educador, é que se entende que o educador atual necessita refletir sobre seus
métodos pedagógicos e a inserção do prazer educacional nos alunos. Pois muito
tem sido falado sobre a importância do lúdico na educação.
O lúdico deve ser
recriado de acordo com as necessidades afetivas, motoras, cognitivas ou sociais
de cada turma, servindo como meio e não como um fim em sim mesmo. Assim, há que
se conhecer e entender os limites e as possibilidades na relação: lúdico x
educação, no sentido de melhor explorá-la em prol do ensino integral do
aluno/cidadão.